De uma canção cujos contornos esvaecem
Estes rios são leitos secos, brotados algures
De brados serranos, outrora fluidos e corridos,
Hoje somente sujos e demasiado corrompidos
Esquecimento proveniente e para ele encaminhado
Nem estes rios resistem ao teste do tempo eclipsado
De sonhos leves bailando em sapatos de vela antigos,
(Não basta apenas sonhar, há que caminhar e sabê-lo fazer)
Do topo para a colina menor, homens repousam preenchidos
Deuses erguem-se, tragando éter despojados de… coisas
A unidade das coisas, consiste no seu todo espelhado
No universo e reflectido no olhar de quem há caminhado
Mais do que a estrada permite, desde e até à noite que subsiste
E se reconcilia com o dia – por cada solstício e equinócio
Aprendiz do ermo avante designado
Implico em ócio conluiadamente resignado
Volátil é a maré que desacertada deambula
Aonde a cruz é levada por quem, não sua
Mártir autodidacta, ridículo no seu emaranhamento
De precipitação descaída, cessem as possíveis celebrações
A Beleza ressoava em sacro sacramento, um único momento
De paz para quem esta escorre pelos dias tornados recordações
E tu:
Prisioneiro auto-consignado, triste, ridículo, patético
Pisas os mesmos prados de sempre, confuso e contuso
Deslocado do mundo e nele não colocado, ironia divina
(aquela na qual os deuses resvalam de suas próprias travesseiras)
Não é terrestre o solo pisado, distante ainda é o caminho reclamado
As suas garras são esculpidas das peles estraçalhadas a sangue frio
Esvoaçam tão ágeis os tempos
Acarretados de e cada, para todos os momentos
É dilúvio de precipitação ausente, no entanto sempre presente
Precipitação pressionada a cair no espaço de pulsação acelerada
Atravessem as estrelas matutinas volvendo – mas não hoje
Hoje a espera é nula, a palavra é silenciosa e implícita
Ao ar que nos contorna e é irrespirável, mas tão suave
Um segundo esbelto adscrito
Insulcado pela concepção anódina
N. Ego
por joel nachio
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