segunda-feira, 29 de junho de 2009

Menina do Rio

menina do rio,
em que rio deambulas
No meu rio
Mas e que rio é esse,
Aquele que vem com a noite
E que com o dia desvanece?

menina do rio
Envolta em mistério
No teu rio
Anda para esta margem
Que margem é a sua?
A minha é nenhuma,
nada possuo verdadeiramente neste mundo
nem o sol?
dizem que ele nasce para todos
nem o sol,
nenhuma estrela nasce para ser domada

menina do rio
que te prende nessa margem
do teu rio?
vejo-te de longe a brincar
como uma distante miragem
impossível de alcançar
nada me prende
aprendi a viver longe das correntes
as correntes que me prendem
serventes da carne e do osso
para a tua margem livremente partiria
mas poder não posso

menina do rio
tu existes?
Nada mais sou que pó passado
Um abantesma perdido no tempo
…então na loucura ainda perduro
A vida que me há deixado
E os seres que vejo, as vozes que ouço
Bifurcações, ilusões, fragmentos me asseguro?

Para finalmente o enfrentar
Deixei o rio para trás
Declama-me o que é a real
Diz-me em que acreditar

Real, apenas as vozes subliminais da sua cabeça
Real, apenas os sentimentos inerentes ao seu coração
Real, apenas o beijo que se prolongará para toda uma vida
Real, somente o que permanecerá para sempre como ilusão
Como um acto falhado não prevalecerá por muito
Como uma figura imaginada, viverá por eternidades e eternidades
… no entanto, tudo desvanece…
… e tudo renasce…

N. Ego
por joel nachio

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