segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tu - Vós e Eu III

Suas mãos ergueram-se, Imponências dos Mundos Azuis,
Senhora de Azul Lazúli, resguardo da ímpia tormenta
Único momento real, proporcionado de átomos subtis
Maiores que milhares de Universos, vossa vestimenta

Ornada a vestígios recônditos de Am*res Perfeitos
O Firmamento reflectem, sois parte indivisível de sua pele
A empregada do horizonte os embala em berços liquefeitos
Esparsa pela centelha divina, aguardando que o Céu se desnivele

Infanta do Vendaval, como sorris no jardim Sem Nome
Enamorando suspiros por Sóis caídos, irrevogavelmente idos
Jardins ermos coroados por sebes soporíferas de renome
Obliquadas pela queda engrinaldada de retratos embutidos

Fomentados como enigma insidioso de pétala recaída
Oriunda de era aurífera, vigente apenas em contos
Esmerilada para a Vida e atraiçoada pela sua perfídia
Sem hora para adormecer, ornando breves reencontros

Hoje, a diferença entre o Tempo que haverá eu precedo
No espaço em que haveria, de infindo idílio nos encobrimos
A árvore matrona donde caímos longe de restante arvoredo
Ilusão é consciência de Ser, mais do que o Tudo que revestimos

Tesouros transportados, depositados em algibeira furada
Morosamente escoando através do amargo verter temporal
Olvido, infantilidade o escape pela Inocência tão afugentada
Pelo cinzento penoso, o árduo percurso de margem acidental

Inércia nas veias, quando o corpo abandonar a alma
Eles são apenas normais, andam de cantil ao pescoço
Bebendo de sua própria sede, água sequiosa de calma
Porém até o mais brando ruído é razão para alvoroço

Para o caos dita assim a lei dos objectos celestiais
As frenéticas vozes de Babel acompanham a viagem
Só os Azuis são enformados, quão límpidos e irreais
Mas até o manto matinal lhes propicia a vã miragem

A passagem Azul harmoniza o incoerente composto
Sou brisa, ansiando a soberania oceânica, onda passageira,
Não vendo as árvores, mas o Universo em brio exposto
Daqui para o imutável e eterno, vou através de opaca poeira

Estações antigas, obliterem meu nome, nunca o pretendi ter
Quando o Sol subir, os Azuis reflectirão minha luz, o Sonho!
Sussurrando-o pela colina, pelo monte, pela montanha e reviver
Na sombra, e no seu brilho colher Vida e então o Não Ser, risonho


N. Ego
por joel nachio

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