Noites brancas, insones pelo escuro errante,
Velando o rosto que é apenas em lembrança,
Pelos luares enamorados das estrelas sou amante
E eis que a vejo, perdida na sua delicada dança,
Ema, Ema! Reflecte-me num teu leve poema
Olha e vê-me neste percurso do ido viajante
Onde nada atemoriza nem há nada que tema
Para além de quem anseio perto mas está distante,
Não obstante, sorrio às sombras desta agridoce sorte
E deslizam elas ao monte num próximo envolver,
Nem sei se elas sabem a vida ou se são a morte
Porém são querença neste não saber bem o que querer,
E enfim aproxima-se a alvorada, não vás, não vás!
Olho e vejo-a através destes olhos de criança,
Tenho tantas saudades, não me deixes para trás…
Por favor… adormece-me nessa tua bela dança
Que dá alento ao moribundo e lhe retorna paz,
Vem então no dia, assim a noite branca descansa.
Blog de um músico e poeta português onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Brinde ao Final Feliz: E às Viagens e Cais do Barquinho
Brinde ao final feliz e que este esteja enfim próximo
Nesta celebração ao que acontece de bonito,
Seja ao que preenche o plenário do coração
Ou o aflija e pise pois nisso também acredito,
Ligeiro vai o barquinho sempre e sempre adiante
E o caminho é o que lhe vai dando a sua cor,
Não importa se o trajecto é certo ou errante
Importa sim que os seus cais apeiem em Amor,
Um dia navegado levantar-se-à o seu véu
No límpido azul-marinho sendo reflectido
Sem dúvida ou qualquer outro sentido
De que esse fui sempre e sempre serei eu,
Só naufragarei se pouco fundas forem as raízes
Plantadas e cultivadas ao longo do caminho
Pela tempestade e calmaria virão mil matizes
Pois ao cair da maré a estrada será o regaço
Retocando as cores do casco do barquinho
Sustendo a queda adormecer-me-à em seus braços.
Nesta celebração ao que acontece de bonito,
Seja ao que preenche o plenário do coração
Ou o aflija e pise pois nisso também acredito,
Ligeiro vai o barquinho sempre e sempre adiante
E o caminho é o que lhe vai dando a sua cor,
Não importa se o trajecto é certo ou errante
Importa sim que os seus cais apeiem em Amor,
Um dia navegado levantar-se-à o seu véu
No límpido azul-marinho sendo reflectido
Sem dúvida ou qualquer outro sentido
De que esse fui sempre e sempre serei eu,
Só naufragarei se pouco fundas forem as raízes
Plantadas e cultivadas ao longo do caminho
Pela tempestade e calmaria virão mil matizes
Pois ao cair da maré a estrada será o regaço
Retocando as cores do casco do barquinho
Sustendo a queda adormecer-me-à em seus braços.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Eu Fui: Em Busca Pelo Regresso
A busca pelo regresso é o próprio rumo
Doce e lentamente procurando o ficar
Que já não deve estar longe presumo
Pois o longe sou eu na ausência de ar,
Asfixiantes são os contornos das paredes,
Deixadas para trás quando tento ser perto
Do rio que sacia e esfaima em mil sedes
Porém por ela… vulnerável e peito aberto,
Eu… que a viagem se sirva do que partilho,
Este tudo e nada que anseio e tanto evito
Todavia confere a verdadeira cor ao trilho
Pois das vistas vistas faço do dito o inaudito
Olhem, vejam e sejam quem do céu é filho
O regresso sempre esteve nas estrelas escrito.
Doce e lentamente procurando o ficar
Que já não deve estar longe presumo
Pois o longe sou eu na ausência de ar,
Asfixiantes são os contornos das paredes,
Deixadas para trás quando tento ser perto
Do rio que sacia e esfaima em mil sedes
Porém por ela… vulnerável e peito aberto,
Eu… que a viagem se sirva do que partilho,
Este tudo e nada que anseio e tanto evito
Todavia confere a verdadeira cor ao trilho
Pois das vistas vistas faço do dito o inaudito
Olhem, vejam e sejam quem do céu é filho
O regresso sempre esteve nas estrelas escrito.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Ao Transitório: Porquê Tão Sério?
Os passos já conferidos sabem dos vultos em lampejo
Que eram eu sob as sombras dos edifícios como herança
Do ido só guardo o chão que piso e o céu que almejo
E esse pedaço de caminho é o que dá alento à esperança,
Sei ora que há que cultivar a arte do desprendimento,
Até o que fica aqui hoje um dia será apenas em incerteza,
Pouco tempo há para deixar passar o instante do momento
Porém não será esta transitoriedade que dá ao trilho beleza?
Acolho esses fragmentos em ósculos ao fundo da algibeira
Trago-os por onde o Sol nasce e o fim do mundo se principia
E em mente tudo é sagrado, tudo é utopia, tudo é brincadeira
Que arde no peito e atormenta a alma que em louco devaneio urdo,
Por isso ora fico ora fujo, por isso corro inverso à menor maioria
Pois alcancei uma verdade: que do tão, tão sério há tanto e tanto absurdo.
Que eram eu sob as sombras dos edifícios como herança
Do ido só guardo o chão que piso e o céu que almejo
E esse pedaço de caminho é o que dá alento à esperança,
Sei ora que há que cultivar a arte do desprendimento,
Até o que fica aqui hoje um dia será apenas em incerteza,
Pouco tempo há para deixar passar o instante do momento
Porém não será esta transitoriedade que dá ao trilho beleza?
Acolho esses fragmentos em ósculos ao fundo da algibeira
Trago-os por onde o Sol nasce e o fim do mundo se principia
E em mente tudo é sagrado, tudo é utopia, tudo é brincadeira
Que arde no peito e atormenta a alma que em louco devaneio urdo,
Por isso ora fico ora fujo, por isso corro inverso à menor maioria
Pois alcancei uma verdade: que do tão, tão sério há tanto e tanto absurdo.
A Ema X: Ela Era o Hoje em Mim
Hoje acontece! De repente do tarde fez-se cedo
Então procurava por ela como por mim procurava,
Através dos dias as noites eram delineadas a dedo,
Aquele que o olhar aponta, o resto então não bastava
Para retornar a fulgência estelar para o único olhar
Que de facto a via, espreitando pelo canto do sorriso
Porque para mim era o único a reflectir este ledo sonhar
O resto ia e raramente ficava pois o tempo é tão impreciso,
Porém ela, ela via-me e beijava-me na e através da vista,
Ao tê-la fazia-me crer na maravilha, no divino e na magia
Que eram somente nossos sob o firmamento de cor ametista
E delicadamente lá do alto escrevia-se em mim em poesia
A rascunhos feitos de segundos nesta fulgência imprevista…
Era assim que o hoje era nos dias e ela em mim acontecia.
Então procurava por ela como por mim procurava,
Através dos dias as noites eram delineadas a dedo,
Aquele que o olhar aponta, o resto então não bastava
Para retornar a fulgência estelar para o único olhar
Que de facto a via, espreitando pelo canto do sorriso
Porque para mim era o único a reflectir este ledo sonhar
O resto ia e raramente ficava pois o tempo é tão impreciso,
Porém ela, ela via-me e beijava-me na e através da vista,
Ao tê-la fazia-me crer na maravilha, no divino e na magia
Que eram somente nossos sob o firmamento de cor ametista
E delicadamente lá do alto escrevia-se em mim em poesia
A rascunhos feitos de segundos nesta fulgência imprevista…
Era assim que o hoje era nos dias e ela em mim acontecia.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Tudo e Nada Pt. II: Desde que Aconteça
Tudo e nada, não me importa mais desde que aconteça,
Honrarei os insanos, glorificarei os poetas num folegar,
Não serei a hipótese - serei! Desde que o céu enalteça
Largando um trilho de fogo ornado a água no olhar
Da estória, serei espectador e sobretudo protagonista
Sempre, duvidando sempre do seu próprio acontecer
Pois alguns não nasceram para ter a cinza como vista
Nasceram para ver o azul do céu e as árvores crescer,
O resto desconsidera o tudo e nada que traja o trilho
E esse trilho é o legado das estrelas num belo soneto
Que jamais olvidarei pois do Elísio ainda sou filho…
E que saudades tenho do lar e daquelas imensas asas
Que num movimento viam mais pelo onírico coreto
Do que eu no tempo daqui, sim terrestre… o Divino atrasas.
Honrarei os insanos, glorificarei os poetas num folegar,
Não serei a hipótese - serei! Desde que o céu enalteça
Largando um trilho de fogo ornado a água no olhar
Da estória, serei espectador e sobretudo protagonista
Sempre, duvidando sempre do seu próprio acontecer
Pois alguns não nasceram para ter a cinza como vista
Nasceram para ver o azul do céu e as árvores crescer,
O resto desconsidera o tudo e nada que traja o trilho
E esse trilho é o legado das estrelas num belo soneto
Que jamais olvidarei pois do Elísio ainda sou filho…
E que saudades tenho do lar e daquelas imensas asas
Que num movimento viam mais pelo onírico coreto
Do que eu no tempo daqui, sim terrestre… o Divino atrasas.
Tudo e Nada: Hoje e Aqui Acontece
Não há mais tempo para estes lugares
Pois estes lugares ainda não têm espaço,
O espaço entre nós é brisa entre passares
Que pelos luares se revêem no compasso,
Reiniciando o círculo, endireitando o passo
Dado em cada beijo e lágrima ao caminho
Sim, sou sozinho e o coração apenas pedaço
Do que outrora foi e um dia será no torvelinho,
Lá haverá pouco espaço e enfim a ansiada paz,
Este resto é cansaço e força em Vida e na Morte
Que em mim trago para a frente e deixo para trás,
Os lugares têm tempo e espaço no que a beleza tece
Simples, pequenos e verticais, entre o azar e a sorte
Que venham e sejam aqui no que for… Hoje acontece!
Pois estes lugares ainda não têm espaço,
O espaço entre nós é brisa entre passares
Que pelos luares se revêem no compasso,
Reiniciando o círculo, endireitando o passo
Dado em cada beijo e lágrima ao caminho
Sim, sou sozinho e o coração apenas pedaço
Do que outrora foi e um dia será no torvelinho,
Lá haverá pouco espaço e enfim a ansiada paz,
Este resto é cansaço e força em Vida e na Morte
Que em mim trago para a frente e deixo para trás,
Os lugares têm tempo e espaço no que a beleza tece
Simples, pequenos e verticais, entre o azar e a sorte
Que venham e sejam aqui no que for… Hoje acontece!
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Por Janelas de Vidros Azuis Pt. VII: A Poeira no Presente
Tão estranha, esta busca pelo regresso,
Partindo de casa procurando o doce lar,
Pela vista da janela nas vidraças tropeço
Convidando a poeira do tempo pelo olhar,
Esquecendo o nome do sentir que se atreve
A contar a cor do sonhar em seus porquês
Eis que ao acontecer que o céu se enleve
Pois aqui de repente… passa a brisa e talvez
Nem a sinta como sinto ou como já fez sentido,
Tenho visto esses sentires de cima para baixo
Até esse ver enfim ser pela calçada acolhido,
Do visto o claro tornou-se então transparente
Tudo passa pela busca que é poeira no tempo,
Aceitando-a serei o pó ido aqui, neste presente.
(...e finalmente... Finalmente).
Partindo de casa procurando o doce lar,
Pela vista da janela nas vidraças tropeço
Convidando a poeira do tempo pelo olhar,
Esquecendo o nome do sentir que se atreve
A contar a cor do sonhar em seus porquês
Eis que ao acontecer que o céu se enleve
Pois aqui de repente… passa a brisa e talvez
Nem a sinta como sinto ou como já fez sentido,
Tenho visto esses sentires de cima para baixo
Até esse ver enfim ser pela calçada acolhido,
Do visto o claro tornou-se então transparente
Tudo passa pela busca que é poeira no tempo,
Aceitando-a serei o pó ido aqui, neste presente.
(...e finalmente... Finalmente).
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
À Partida: Vejam e Beijem-me no Olhar
Ao partir tentar-me-ão colocar num oco recipiente,
Seja ele feito dos segundos por mim passados
Ou das palavras deixadas ao vernáculo da gente,
Mas saberão eles dos momentos por mim amados
Em atentos escutares e veres sob as pisadas do vadio?
Não, honrar-me-ão com epitáfios de saudosas elegias
Por nomes nas ruas e estátuas olhando de olhar vazio
As longas palestras sobre nada porém em tais quantias
Que não preencherão nem o mais fraco e ínfimo ansiar
Num recipiente que não conterá estas asas aladas,
Onde serão apenas o resto daquilo que não soube voar
Pois as nossas pegadas devem fazer a breve distinção
Entre o imprescindível para as diferentes caminhadas
E aquelas coisas que não preenchem o pleno do coração.
Seja ele feito dos segundos por mim passados
Ou das palavras deixadas ao vernáculo da gente,
Mas saberão eles dos momentos por mim amados
Em atentos escutares e veres sob as pisadas do vadio?
Não, honrar-me-ão com epitáfios de saudosas elegias
Por nomes nas ruas e estátuas olhando de olhar vazio
As longas palestras sobre nada porém em tais quantias
Que não preencherão nem o mais fraco e ínfimo ansiar
Num recipiente que não conterá estas asas aladas,
Onde serão apenas o resto daquilo que não soube voar
Pois as nossas pegadas devem fazer a breve distinção
Entre o imprescindível para as diferentes caminhadas
E aquelas coisas que não preenchem o pleno do coração.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Entre Nossos Olhares: O Rio Que Sacia e Esfaima
Permaneci quieto apenas para que pensásseis,
Que pensásseis que o meu coração tinha parado
Pois há quem não soubesse ou até que esperasse
Que esse tal desfecho fosse realmente o esperado,
Ali, o seu olhar já não me olhava simplesmente,
Agora ele reflectia todas as cores cativas deste,
Para a foz das órbitas o dela era a sua nascente
E seu olhar meu Ver através do rio azul-celeste
Que era apenas nosso porém não como pertença,
Para além de dois num latejar a dois apressado,
Era sim propriedade do Tempo e nele a sentença
Pois nessa certeza vinha o para sempre quebrado
Do rio que sacia e esfaima que nem insanável doença
E que é temporária posse de quem o bebe apaixonado.
Que pensásseis que o meu coração tinha parado
Pois há quem não soubesse ou até que esperasse
Que esse tal desfecho fosse realmente o esperado,
Ali, o seu olhar já não me olhava simplesmente,
Agora ele reflectia todas as cores cativas deste,
Para a foz das órbitas o dela era a sua nascente
E seu olhar meu Ver através do rio azul-celeste
Que era apenas nosso porém não como pertença,
Para além de dois num latejar a dois apressado,
Era sim propriedade do Tempo e nele a sentença
Pois nessa certeza vinha o para sempre quebrado
Do rio que sacia e esfaima que nem insanável doença
E que é temporária posse de quem o bebe apaixonado.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Aquela Voz Seremos Pt. III: Nosso Jardim ao Luar
Naquela noite a lua escorria-lhe gentil pelos dedos
Anónima e fulgente através da calçada do vento,
Eu perseguia sua sombra através dos arvoredos
Que eram a noite aberta, este olhar pelo relento,
Parecendo a abóboda celeste a pulsar em mim,
Aquela era a noite em que o seu olhar era luar
A única luz que realçava a silhueta deste jardim
Que poderia ser o eterno sono ou o único acordar,
Lá eu era o entretanto entre os Invernos e Verões
Pretendendo tudo e nada sem ceder a meios-termos
E por sempres e nuncas por mim passavam as estações
Que eram o Tempo enfim retocando de leve esta janela
Recordando as vezes que vagueei pelos povoados e ermos
E quanto a beleza daquele jardim era tal como eu a via… Bela.
Anónima e fulgente através da calçada do vento,
Eu perseguia sua sombra através dos arvoredos
Que eram a noite aberta, este olhar pelo relento,
Parecendo a abóboda celeste a pulsar em mim,
Aquela era a noite em que o seu olhar era luar
A única luz que realçava a silhueta deste jardim
Que poderia ser o eterno sono ou o único acordar,
Lá eu era o entretanto entre os Invernos e Verões
Pretendendo tudo e nada sem ceder a meios-termos
E por sempres e nuncas por mim passavam as estações
Que eram o Tempo enfim retocando de leve esta janela
Recordando as vezes que vagueei pelos povoados e ermos
E quanto a beleza daquele jardim era tal como eu a via… Bela.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Aquela Voz Pt. II: Ao Envolver do Vento
Esta é uma mensagem em tálamo empoeirado:
“Penso sentir saudade da passagem do verão,
Do desejo ansiado porém ainda inalcançado
De quando andar era feito de mão em mão
Entre instantes que tiveram um dia um sítio,
Preenchendo-o em timbres dourados a riso,
Através de devaneios versejados pelo estio
Que inalados sabiam ao que aqui é preciso:
Simplicidade, simples ao simplesmente se ser".
Pronunciem à sua aurora o nome que trago,
Transverso a si neste mais que insano correr
Sem objectivo, porém ao acumular poeirento
À mercê deste destino o conquistado largo
Pois nada é meu além do envolver do vento.
“Penso sentir saudade da passagem do verão,
Do desejo ansiado porém ainda inalcançado
De quando andar era feito de mão em mão
Entre instantes que tiveram um dia um sítio,
Preenchendo-o em timbres dourados a riso,
Através de devaneios versejados pelo estio
Que inalados sabiam ao que aqui é preciso:
Simplicidade, simples ao simplesmente se ser".
Pronunciem à sua aurora o nome que trago,
Transverso a si neste mais que insano correr
Sem objectivo, porém ao acumular poeirento
À mercê deste destino o conquistado largo
Pois nada é meu além do envolver do vento.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
O Sonho Despertado: Pelo Sono Não Acordado
As paixões que têm sido no sonho despertado
Porém acordadas a sono pela curta madrugada
Tenho sido eu claro e pela luzência ornado
Ou sua ausência por sua fragrância almejada?
Ela prolonga-se na alvorada da noite infinda
Por numerosas paragens ao longo destas vidas
E por cada passada, por cada resfolgo ainda
Pergunto onde estão minhas amadas queridas,
Diligentemente refulgindo sobre o triste carreiro,
Não julgando e abundantemente me osculando
Tornando este Ver enfeitado por esse aguaceiro
Por favor, em súplica permanece aqui até quando
Não houver mais sonhos despertados pelo nevoeiro
Destas Oressas que em exíguos nadas os vão tragando.
Porém acordadas a sono pela curta madrugada
Tenho sido eu claro e pela luzência ornado
Ou sua ausência por sua fragrância almejada?
Ela prolonga-se na alvorada da noite infinda
Por numerosas paragens ao longo destas vidas
E por cada passada, por cada resfolgo ainda
Pergunto onde estão minhas amadas queridas,
Diligentemente refulgindo sobre o triste carreiro,
Não julgando e abundantemente me osculando
Tornando este Ver enfeitado por esse aguaceiro
Por favor, em súplica permanece aqui até quando
Não houver mais sonhos despertados pelo nevoeiro
Destas Oressas que em exíguos nadas os vão tragando.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
As Alfaias de Luz: Colhidas Por Mãos Tão, Tão Pequenas
O nosso caminho é sempre outro
De terra batida ornado por alfaias
E ontem quem o passava era doutro
Segundo eu passageiro de idas atalaias
Vígil, sua beleza tornou-se a travesseira
Recolhida por mãos tão, tão pequenas
E beijada pelo atento fundo da algibeira,
Soando a Amor retocando brisas serenas
E sorrindo por sua melancolia, seu pertence
Eram os dias através dos dias que vinham
Numa envolvência de um sonho parisiense,
Seguiam-se as suas pisadas, no céu ecoadas
Para um dia voltarem onde dantes pertenciam,
Sendo nas fulgências das estrelas relembradas.
De terra batida ornado por alfaias
E ontem quem o passava era doutro
Segundo eu passageiro de idas atalaias
Vígil, sua beleza tornou-se a travesseira
Recolhida por mãos tão, tão pequenas
E beijada pelo atento fundo da algibeira,
Soando a Amor retocando brisas serenas
E sorrindo por sua melancolia, seu pertence
Eram os dias através dos dias que vinham
Numa envolvência de um sonho parisiense,
Seguiam-se as suas pisadas, no céu ecoadas
Para um dia voltarem onde dantes pertenciam,
Sendo nas fulgências das estrelas relembradas.
sábado, 22 de dezembro de 2012
Seremos Pt. II: Parte do Mesmo Jardim
Irei confessar-lhe hoje de meu imortal amor
Olhando seu reflexo em minha atenta vista
Pois algumas vezes, uma flor não é só uma flor
É rebento de cor em qualquer sorriso que exista,
Nas pétalas deste jardim há restos de seu perfume
Todo o meu ofegante oxigénio e ansiosa perdição
Pois à vista daquele seu esbelto e doce deslumbre
Reconhecia seu semblante como minha fracção,
Em fragmentos de morrinha sob o azulado da lua
Fechava eu então sonhos ornados por nós dois
Suspirando para cima qual nebulosa seria a sua
E o que o despertar deste sonho revelaria depois
Porque olvidei este palpitar ao reverberar da rua
Que perverte e dissipa o anseio que em mim sois.
Olhando seu reflexo em minha atenta vista
Pois algumas vezes, uma flor não é só uma flor
É rebento de cor em qualquer sorriso que exista,
Nas pétalas deste jardim há restos de seu perfume
Todo o meu ofegante oxigénio e ansiosa perdição
Pois à vista daquele seu esbelto e doce deslumbre
Reconhecia seu semblante como minha fracção,
Em fragmentos de morrinha sob o azulado da lua
Fechava eu então sonhos ornados por nós dois
Suspirando para cima qual nebulosa seria a sua
E o que o despertar deste sonho revelaria depois
Porque olvidei este palpitar ao reverberar da rua
Que perverte e dissipa o anseio que em mim sois.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Eu: Este Entretanto entre os Invernos e os Verões
Têm passado os serões,
Tenho sido seu entretanto,
Levando Invernos e Verões
E ao escutar de seu encanto
Tem sido este breve esplendor
Ao oscular das noites e dos dias
Que têm sido em mim, em Amor,
No entretecer de várias melodias
Que já nem só preenchem apenas
Agora também ornamentam o Ser
Nas grandes coisas e nas pequenas,
Aqui têm trilhado estas temporadas
E sido a cor que pinta este belo Ver
Por cada uma das vistas pinceladas.
Tenho sido seu entretanto,
Levando Invernos e Verões
E ao escutar de seu encanto
Tem sido este breve esplendor
Ao oscular das noites e dos dias
Que têm sido em mim, em Amor,
No entretecer de várias melodias
Que já nem só preenchem apenas
Agora também ornamentam o Ser
Nas grandes coisas e nas pequenas,
Aqui têm trilhado estas temporadas
E sido a cor que pinta este belo Ver
Por cada uma das vistas pinceladas.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Esta Insatisfação é Calmaria e Tempestade: Só Pretendendo Tudo e Nada
Estes anseios e paixões são nesta insatisfação
Por tudo e por nada desde que ambos sejam
Pois o que fica após a passagem da estação
Para além das marcas d’água que aqui latejam?
Ao palpitar do segundo viandante no tempo
Há calmaria no olho do torvelinho, devagarinho,
Docemente, sempre rumando em contratempo,
Esta onda flui através do azul luzente do barquinho
Porém esta tanto nos aguarda como se escapa,
E quem não aguarda por sua própria chegada?
Tanto que ao seu vislumbre redigimos nossa errata
De viscerais paixões e anseios caindo como neve
Em semifusas por vincadas ou ténues pegadas,
Deixando-as ser, aceita-as, o destino assim as transcreve.
Por tudo e por nada desde que ambos sejam
Pois o que fica após a passagem da estação
Para além das marcas d’água que aqui latejam?
Ao palpitar do segundo viandante no tempo
Há calmaria no olho do torvelinho, devagarinho,
Docemente, sempre rumando em contratempo,
Esta onda flui através do azul luzente do barquinho
Porém esta tanto nos aguarda como se escapa,
E quem não aguarda por sua própria chegada?
Tanto que ao seu vislumbre redigimos nossa errata
De viscerais paixões e anseios caindo como neve
Em semifusas por vincadas ou ténues pegadas,
Deixando-as ser, aceita-as, o destino assim as transcreve.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Esperando: Pelas Filhas do Sol (As Irmãs de Ema)
Por vezes fechar os olhos tanto apetece
E esperar, esperar que o dia enfim apareça
Pois quando tal coisa simplesmente acontece
Abstraio-me daquilo retido naquela promessa,
Ou seria a penhora vinda de um imenso deslumbre
Entre entes não humanos, maiores do que a vida,
Pergunto se o Sol anseia tanto por seu vislumbre
Como quanto persegue sua Lua há muito perdida,
Por seu toque, seria o único a torná-lo completo,
Nunca haveria amor mais belo do que aquele
Sim sei, este caminho para promessas é incerto
E perante suas filhas é vê-las, ansiá-las e querê-las
Nesta ausência serena, ajoelho-me ao brilho dele,
Que elas me abram os olhos cobrindo-os de estrelas.
E esperar, esperar que o dia enfim apareça
Pois quando tal coisa simplesmente acontece
Abstraio-me daquilo retido naquela promessa,
Ou seria a penhora vinda de um imenso deslumbre
Entre entes não humanos, maiores do que a vida,
Pergunto se o Sol anseia tanto por seu vislumbre
Como quanto persegue sua Lua há muito perdida,
Por seu toque, seria o único a torná-lo completo,
Nunca haveria amor mais belo do que aquele
Sim sei, este caminho para promessas é incerto
E perante suas filhas é vê-las, ansiá-las e querê-las
Nesta ausência serena, ajoelho-me ao brilho dele,
Que elas me abram os olhos cobrindo-os de estrelas.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
A Ema IX: Não me Deslembres
Ema, ainda relembras o olhar que hoje te beija?
Aquele que ontem te esculpiu a partir de luzências
E reflexos da água para o céu que tanto almeja
Minha ida para teu lado por estas confidências...
Que... Suspirei à brisa renascendo no insone poema,
Por réstias de loucura plantei a mais bela das flores
No firmamento nocturno, és os sonhos desse diadema
Alumiando tudo o que é segundo e ainda arredores
Daquilo que trago nesta algibeira rumo ao silente,
As folhas esvoaçam ao passar do sempre-ausente
Cercado por sorrisos moldados a lágrima azulina,
Enquanto penumbras vêm oscilar a luz da lamparina
Desta breve, breve viagem essa é uma das certezas
Porém não temerei, ela serei eu pelas profundezas.
Aquele que ontem te esculpiu a partir de luzências
E reflexos da água para o céu que tanto almeja
Minha ida para teu lado por estas confidências...
Que... Suspirei à brisa renascendo no insone poema,
Por réstias de loucura plantei a mais bela das flores
No firmamento nocturno, és os sonhos desse diadema
Alumiando tudo o que é segundo e ainda arredores
Daquilo que trago nesta algibeira rumo ao silente,
As folhas esvoaçam ao passar do sempre-ausente
Cercado por sorrisos moldados a lágrima azulina,
Enquanto penumbras vêm oscilar a luz da lamparina
Desta breve, breve viagem essa é uma das certezas
Porém não temerei, ela serei eu pelas profundezas.
Por Janelas de Vidros Azuis Pt. VI: Só Mais Um Beijo
Apenas mais um beijo e após serei a partida
Somente em vosso regaço a encontrando,
À sua ausência sou porção desprovida de vida
Em cambaleio vacilante os dias arrastando,
Sou... Sou aquilo que é quando o nada acontece
Sendo vós e vós em mim parte sempre cativa
Porém quando o silêncio é voz por vezes parece
Que não há destinatário para esta terna missiva
Nem coração análogo ao que dita estas palavras,
Através de janelas de vidros azuis beijo o pavimento,
Não há terra, céu e luz apenas mais e mais adagas,
Enquanto houver praias ansiando outro semblante
Sentirei vossa ausência neste soturno sentimento
Que é quem sou quando quem sou está distante.
Somente em vosso regaço a encontrando,
À sua ausência sou porção desprovida de vida
Em cambaleio vacilante os dias arrastando,
Sou... Sou aquilo que é quando o nada acontece
Sendo vós e vós em mim parte sempre cativa
Porém quando o silêncio é voz por vezes parece
Que não há destinatário para esta terna missiva
Nem coração análogo ao que dita estas palavras,
Através de janelas de vidros azuis beijo o pavimento,
Não há terra, céu e luz apenas mais e mais adagas,
Enquanto houver praias ansiando outro semblante
Sentirei vossa ausência neste soturno sentimento
Que é quem sou quando quem sou está distante.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Brinde ao Desengano: As Duas Faces Ausentes
Os escritos interiores das pálpebras são o Sonho, o Pensar,
É insone aquele que não despertado para o sonho
Passa toda uma vida alheado por seu próprio passar,
Pensando no pensar e pensando sonhar ser risonho
Pois quem não imagina estar acordado no nevoeiro
Semicerrado e por ele cercado? Quem não imagina
Imaginar ter luz no olhar que nem um altivo candeeiro
Quando por ela é cegado e encoberto por neblina?
Que por vezes ensina que a cinza é o breve meio-termo
E de quem é o não ser, apresento-vos: o louco insano
Sonhando e sonhando, louco e por sua ausência enfermo,
E ambos ausentes do tido como real, nenhum é humano
Pois nenhum recuperou do éter e plantou aqui seu termo
No jardim terrestre num derradeiro brinde ao desengano!
É insone aquele que não despertado para o sonho
Passa toda uma vida alheado por seu próprio passar,
Pensando no pensar e pensando sonhar ser risonho
Pois quem não imagina estar acordado no nevoeiro
Semicerrado e por ele cercado? Quem não imagina
Imaginar ter luz no olhar que nem um altivo candeeiro
Quando por ela é cegado e encoberto por neblina?
Que por vezes ensina que a cinza é o breve meio-termo
E de quem é o não ser, apresento-vos: o louco insano
Sonhando e sonhando, louco e por sua ausência enfermo,
E ambos ausentes do tido como real, nenhum é humano
Pois nenhum recuperou do éter e plantou aqui seu termo
No jardim terrestre num derradeiro brinde ao desengano!
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Deixando: o Passeio Pela Rua
Em pálido caminho a estaladiças folhas forrado,
No suspiro ainda trazia o anseio de uma viagem,
Largando o passeio e sendo pela rua albergado
Nossa silhueta era então encoberta pela ramagem
Que murmurava partes das vozes já proferidas
A folhagem por elas vestida deste percurso sabia
De outros nomes e suas sombras aqui imbuídas
Interrogando até quando teriam em mim estadia,
Quando só o céu tem caminho para enfim andar,
Pouco é o que não sabe a meio, meio pouquinho,
Não preenche bem a ampulheta nem sabe a amar
E às vezes parece apenas outro passo neste caminho
Que ecoa no espaço vazio destinado ao despertar
Que é olvidar a rua pelas asas deste meu passarinho.
No suspiro ainda trazia o anseio de uma viagem,
Largando o passeio e sendo pela rua albergado
Nossa silhueta era então encoberta pela ramagem
Que murmurava partes das vozes já proferidas
A folhagem por elas vestida deste percurso sabia
De outros nomes e suas sombras aqui imbuídas
Interrogando até quando teriam em mim estadia,
Quando só o céu tem caminho para enfim andar,
Pouco é o que não sabe a meio, meio pouquinho,
Não preenche bem a ampulheta nem sabe a amar
E às vezes parece apenas outro passo neste caminho
Que ecoa no espaço vazio destinado ao despertar
Que é olvidar a rua pelas asas deste meu passarinho.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Seremos: Parte da Mesma Praia
Ela era a amiga dos pássaros e da brisa,
Confundindo a brisa com a suave maré
Para e em mim dedicada por essa poetisa
Pelo decair das cadentes a meu rodapé,
Todos os dias eu adormecia na mesma prece:
Ser na sua praia que o era pela noite adentro
Do que fora ou que é, e até o que não acontece
Nessa sua praia que era a noite, era o firmamento,
Contava em murmúrios os grãos de areia entre nós
Amontoando breves chilreios e pedaços de vento,
A areia eram as estrelas ditas em silenciosa voz,
Como uma balada, e caíam neste anseio sonolento,
Para sempre, para sempre aqui não estaremos sós,
Aqui seremos parte na fracção do mesmo fragmento.
Confundindo a brisa com a suave maré
Para e em mim dedicada por essa poetisa
Pelo decair das cadentes a meu rodapé,
Todos os dias eu adormecia na mesma prece:
Ser na sua praia que o era pela noite adentro
Do que fora ou que é, e até o que não acontece
Nessa sua praia que era a noite, era o firmamento,
Contava em murmúrios os grãos de areia entre nós
Amontoando breves chilreios e pedaços de vento,
A areia eram as estrelas ditas em silenciosa voz,
Como uma balada, e caíam neste anseio sonolento,
Para sempre, para sempre aqui não estaremos sós,
Aqui seremos parte na fracção do mesmo fragmento.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Por Janelas de Vidros Azuis Pt. V: Ao Partir o Barquinho
O seu ombro era a costa deste barquinho,
Todo o mundo, o oceano aonde navego,
E ao tocar seus lábios perfumados a linho
Esta alma e coração eram num belo sossego,
Sossego esse pintado no olhar dos poetas,
Em pulsação trémula quando acontece
Este desencontro sob a sombra de silhuetas
Cujas fragrâncias esta ânsia ainda entretece,
Apoiada no contra-senso da impermanência,
Este fôlego respirado é ténue marca de água
Suspirado ao vazio preenchido pela ausência
De quem para o que é, é ao longe e há partido
Ficando ou indo eu no barquinho pela frágua
E ao partir, perguntar-me se hei mesmo vivido.
Todo o mundo, o oceano aonde navego,
E ao tocar seus lábios perfumados a linho
Esta alma e coração eram num belo sossego,
Sossego esse pintado no olhar dos poetas,
Em pulsação trémula quando acontece
Este desencontro sob a sombra de silhuetas
Cujas fragrâncias esta ânsia ainda entretece,
Apoiada no contra-senso da impermanência,
Este fôlego respirado é ténue marca de água
Suspirado ao vazio preenchido pela ausência
De quem para o que é, é ao longe e há partido
Ficando ou indo eu no barquinho pela frágua
E ao partir, perguntar-me se hei mesmo vivido.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Entre Nós: Toda a Distância do Mundo
Conto o intervalo deste espaço, errante
Entre nós temos toda distância do mundo
Porém a lua está de facto brilhante e eu radiante
Pois algures sei que suspirais radiância neste segundo.
Aqui tenho sorrisos e flores
Para todos os meus idos amores
Que tenham encontrado o seu tesouro
Onde não aparentava haver algum ouro
E que seus olhos brilhem muito mais agora
Do que alguma vez brilharam na minha presença,
Sim sei, afasta-se o tic-tac daquela nossa hora
Portanto no tempo detenho a cela e a sentença,
Pois a noite e o dia são minhas testemunhas
De que partilhei todas as flores e mais algumas
Por vezes até mais do que alguma vez pude
Porém sei, o quanto o relembrar ilude,
Que uma flor não é só e apenas uma flor,
É um toque, um beijo… é um nada, é Amor.
No espaço só nós dois e ao seu breve sussurrar
Então perdia-me nos cabelos que eram seus
E o tempo era somente nosso para partilhar
Eu amo-vos tanto meu amor, até já… adeus.
Entre nós temos toda distância do mundo
Porém a lua está de facto brilhante e eu radiante
Pois algures sei que suspirais radiância neste segundo.
Aqui tenho sorrisos e flores
Para todos os meus idos amores
Que tenham encontrado o seu tesouro
Onde não aparentava haver algum ouro
E que seus olhos brilhem muito mais agora
Do que alguma vez brilharam na minha presença,
Sim sei, afasta-se o tic-tac daquela nossa hora
Portanto no tempo detenho a cela e a sentença,
Pois a noite e o dia são minhas testemunhas
De que partilhei todas as flores e mais algumas
Por vezes até mais do que alguma vez pude
Porém sei, o quanto o relembrar ilude,
Que uma flor não é só e apenas uma flor,
É um toque, um beijo… é um nada, é Amor.
No espaço só nós dois e ao seu breve sussurrar
Então perdia-me nos cabelos que eram seus
E o tempo era somente nosso para partilhar
Eu amo-vos tanto meu amor, até já… adeus.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
A Busca: Pelas Palavras Perdidas
Ando em busca das palavras perdidas
Aquelas que ninguém disse ou escutou,
Que não foram no saudar das despedidas
Aquelas que o crescer ao tempo olvidou;
Almejo-as… no suplantar desta voz para lá
Da distância que separa todo o surdo,
Pretendo sua sonância aqui, agora e já
Pois este espaço entre os uns é absurdo,
Deveria ser outra marca d’água no antes,
O cais que aos belos acolhe da tormenta
Ou então o breve olhar entre dois amantes
Que num segundo revela a vinda e a partida
Exprimindo em voz alta a estrada cinzenta
Na busca das palavras que significam vida.
Aquelas que ninguém disse ou escutou,
Que não foram no saudar das despedidas
Aquelas que o crescer ao tempo olvidou;
Almejo-as… no suplantar desta voz para lá
Da distância que separa todo o surdo,
Pretendo sua sonância aqui, agora e já
Pois este espaço entre os uns é absurdo,
Deveria ser outra marca d’água no antes,
O cais que aos belos acolhe da tormenta
Ou então o breve olhar entre dois amantes
Que num segundo revela a vinda e a partida
Exprimindo em voz alta a estrada cinzenta
Na busca das palavras que significam vida.
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Aqui Resumido: Os Caminhos Tomados e os Não
De todos os que sou ainda mais é em mim,
Foram os caminhos tomados e renunciados
Que adornam e enfloram este círculo sem-fim
Pois de cada novo dia novos eus são achados
Aqui - os caminhos sucessivos já percorridos,
As impressões das pegadas ao longo da viagem
Através das margens pelas orlas dos seis sentidos,
O que não foi é em nós numa contrária miragem
Nos vestígios do passar dos dias deixados ao acaso
Até pelo trilho não tomado há a breve caminhada
Para o que é, premeditado do nascente ao ocaso
Aqui ainda haverá espaços para a janela fechada
Quanto à porta escolhida, ela ter-me-á em seu prazo
Até que talvez se torne noutra estrada não tomada.
Foram os caminhos tomados e renunciados
Que adornam e enfloram este círculo sem-fim
Pois de cada novo dia novos eus são achados
Aqui - os caminhos sucessivos já percorridos,
As impressões das pegadas ao longo da viagem
Através das margens pelas orlas dos seis sentidos,
O que não foi é em nós numa contrária miragem
Nos vestígios do passar dos dias deixados ao acaso
Até pelo trilho não tomado há a breve caminhada
Para o que é, premeditado do nascente ao ocaso
Aqui ainda haverá espaços para a janela fechada
Quanto à porta escolhida, ela ter-me-á em seu prazo
Até que talvez se torne noutra estrada não tomada.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Ao Belo Momento: Que Esteja Sempre Connosco
Daqui cinco horizontes são nesta vista,
Eu pertenço ao que se estende acima
E abrange tudo o que além de si exista,
Esse longe é o que de mim se aproxima
Retornando a centelha fulgente ao aqui,
A original do retrato das viagens imensas
Através da orla estelar e das nebulosas em si
À qual pertenço e em mim são pertenças,
Ao que é agora e hoje, cultivo o desapego
Com todo o Amor que há neste firmamento
Pois se neste mar de impermanência navego
O que é aqui, amanhã poderá ser só vento
Porém que sublime será, trazer-me-á sossego
Por ter soprado e sido comigo num belo, belo momento.
Eu pertenço ao que se estende acima
E abrange tudo o que além de si exista,
Esse longe é o que de mim se aproxima
Retornando a centelha fulgente ao aqui,
A original do retrato das viagens imensas
Através da orla estelar e das nebulosas em si
À qual pertenço e em mim são pertenças,
Ao que é agora e hoje, cultivo o desapego
Com todo o Amor que há neste firmamento
Pois se neste mar de impermanência navego
O que é aqui, amanhã poderá ser só vento
Porém que sublime será, trazer-me-á sossego
Por ter soprado e sido comigo num belo, belo momento.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Por Janelas de Vidros Azuis Pt. IV: Ao Conforto do Frio
Este é o dia-a-dia do sempre ausente
Aguardando no conforto que há no frio
Até vir sobre as nuvens o rosto confidente
Que através destes vidros vem sempre tardio,
Ao entardecer os vidros azuis eram as demoras
Que nem as trémulas pisadas dadas por Orfeu,
Sempre em frente porém ao passar das horas
Questionava-me qual a parte deles reflectia eu.
Há demasiado frio, enregelado no rosto do espelho
Agora há que olhar para dentro, largar o que foi,
Então virá luz e sol partilhando-se com este velho
O rascunho de sua vida nesta eterna história a dois…
Por fim há calor e sua cor a íris em nós reconstrói
No único beijo verdadeiro, a morte pode vir depois.
Aguardando no conforto que há no frio
Até vir sobre as nuvens o rosto confidente
Que através destes vidros vem sempre tardio,
Ao entardecer os vidros azuis eram as demoras
Que nem as trémulas pisadas dadas por Orfeu,
Sempre em frente porém ao passar das horas
Questionava-me qual a parte deles reflectia eu.
Há demasiado frio, enregelado no rosto do espelho
Agora há que olhar para dentro, largar o que foi,
Então virá luz e sol partilhando-se com este velho
O rascunho de sua vida nesta eterna história a dois…
Por fim há calor e sua cor a íris em nós reconstrói
No único beijo verdadeiro, a morte pode vir depois.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Ao Vento Seremos: A Distância
Do que outrora fora dois num lugar
Com luzes trémulas - ficou a intenção,
Dita em confidências ao rosto lunar
Onde perdura o resto da nossa mão,
Agora que venham os beijos do vento
Que ele soletre docemente este nome
E quando chegar o dia pela noite dentro
Se lembre... e este olhar de silêncio se tome,
Não erigirão estátuas com as nossas figuras
Nem contarão histórias através dos tempos
Perpetuando este Amor em belas escrituras
Não… Seremos cativos de diferentes ventos,
Soprados em distintos sítios às bermas escuras
Tardando no reencontro e por Amor sedentos.
Com luzes trémulas - ficou a intenção,
Dita em confidências ao rosto lunar
Onde perdura o resto da nossa mão,
Agora que venham os beijos do vento
Que ele soletre docemente este nome
E quando chegar o dia pela noite dentro
Se lembre... e este olhar de silêncio se tome,
Não erigirão estátuas com as nossas figuras
Nem contarão histórias através dos tempos
Perpetuando este Amor em belas escrituras
Não… Seremos cativos de diferentes ventos,
Soprados em distintos sítios às bermas escuras
Tardando no reencontro e por Amor sedentos.
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