Naquela noite a lua escorria-lhe gentil pelos dedos
Anónima e fulgente através da calçada do vento,
Eu perseguia sua sombra através dos arvoredos
Que eram a noite aberta, este olhar pelo relento,
Parecendo a abóboda celeste a pulsar em mim,
Aquela era a noite em que o seu olhar era luar
A única luz que realçava a silhueta deste jardim
Que poderia ser o eterno sono ou o único acordar,
Lá eu era o entretanto entre os Invernos e Verões
Pretendendo tudo e nada sem ceder a meios-termos
E por sempres e nuncas por mim passavam as estações
Que eram o Tempo enfim retocando de leve esta janela
Recordando as vezes que vagueei pelos povoados e ermos
E quanto a beleza daquele jardim era tal como eu a via… Bela.