Irei confessar-lhe hoje de meu imortal amor
Olhando seu reflexo em minha atenta vista
Pois algumas vezes, uma flor não é só uma flor
É rebento de cor em qualquer sorriso que exista,
Nas pétalas deste jardim há restos de seu perfume
Todo o meu ofegante oxigénio e ansiosa perdição
Pois à vista daquele seu esbelto e doce deslumbre
Reconhecia seu semblante como minha fracção,
Em fragmentos de morrinha sob o azulado da lua
Fechava eu então sonhos ornados por nós dois
Suspirando para cima qual nebulosa seria a sua
E o que o despertar deste sonho revelaria depois
Porque olvidei este palpitar ao reverberar da rua
Que perverte e dissipa o anseio que em mim sois.