Noites brancas, insones pelo escuro errante,
Velando o rosto que é apenas em lembrança,
Pelos luares enamorados das estrelas sou amante
E eis que a vejo, perdida na sua delicada dança,
Ema, Ema! Reflecte-me num teu leve poema
Olha e vê-me neste percurso do ido viajante
Onde nada atemoriza nem há nada que tema
Para além de quem anseio perto mas está distante,
Não obstante, sorrio às sombras desta agridoce sorte
E deslizam elas ao monte num próximo envolver,
Nem sei se elas sabem a vida ou se são a morte
Porém são querença neste não saber bem o que querer,
E enfim aproxima-se a alvorada, não vás, não vás!
Olho e vejo-a através destes olhos de criança,
Tenho tantas saudades, não me deixes para trás…
Por favor… adormece-me nessa tua bela dança
Que dá alento ao moribundo e lhe retorna paz,
Vem então no dia, assim a noite branca descansa.