Limpando a pele do espelho com sabão de rosa,
Brusca e suavemente até nele por fim me ver
Pois sou um breve poema e não uma longa prosa
Que no espelho o tempo e espaço ditam neste ser,
Olvido as lembranças ainda não concretizadas,
Esqueço os anseios ao que é para lá do distante,
Do rasto o bom e o menos tenho tido como amadas
Que se reflectem no espelho e no caminho adiante,
Espelho, extingue também este perfume feminino
Que perdura tanto que é parte cativa do caminho
Porém só anseio um Amor, apenas um destino,
Este espelho aconteceu para pela bruma ser quebrado,
Até o sujo e limpo que tem será e voltará um dia ao divino
Que seja areia então sob a espuma do mar já navegado.