domingo, 3 de fevereiro de 2013

Aos Querubins: As Mazurcas e o Ósculo

Na companhia de querubins além do véu do sonho,
Tão alto vivem que a névoa da terra não os alcança
E ao seu lado tenho esvoaçado tão alado e risonho
Com a espontaneidade do olhar de uma criança,

Assim nem pesam nas asas outros dias de melancolia,
Errante pelas nuvens sobre e através da luz indecisa
Aqui vão-se as noites brancas que são no dia a dia,
Aqui há oxigénio e beleza para o que a Alma precisa,

Lá de cima isto parece-se com becos premeditados,
Eu, aprendiz a Deus, só pretendo ser nesta pluma
O poema audaz e as mãos e os dedos esticados

De quem sonha e as retorna do sonho uma a uma,
Visão a visão, por crianças querubins osculados,
Trarei para cá esse abraço e o que ele perfuma.