Os heróis nascem quando sabem pelo que morrer
Da bruma da sua queda vem a póstuma inspiração
Que dá vista a quem não conseguia sequer se ver
Quanto mais obter da Vida uma superior razão,
Do murmúrio áureo aos ouvidos de quem escuta
A arte do jornadear pelo trilho dos deuses é opção,
Pois antes do aceitar há uma imensa e infindável luta
Culminando no saber quem somos e à sua aceitação
Vão-se as máscaras e aquela noite branca e infinda,
Despertámos do sono sem sonho no distante escaninho
Regressando ao Aqui enquanto o Hoje cá se deslinda
E apesar de preferir viandar acompanhado a ir sozinho
Não temerei a luz ofuscante ou o negro escuro à vinda...
Da vida à morte ambas beijarei, isso aqui e agora sublinho.