Um pássaro negro pousa na minha janela
Olhando me bem nos olhos sem pestanejar,
Pergunta-me o que fiz nesta hora ou naquela
Se usufruí tal santo louco até ele me levar,
Um pássaro negro grasna deste alpendre,
Duas plumas de negro e branco larga
Uma que traz sonhos outra que me prende
Tal e qual esta vida ora doce ora amarga,
Um pássaro negro segue-me onde vou
Esperançando com a minha má sorte
Relembrando o quão frágil eu sou
Será ele luz ou sombra dentre a neblina
Ou me trará vida ou será a minha morte
Esperando-me porventura a cada esquina.