Estações têm vindo adormecer neste rosto,
Vêm de longe e levemente esta face beijam,
Estas rugas já nem disfarçam o desgosto
Das vezes em que não fui e a idade trajam,
Cantem para mim anjos de uma outra hora,
Peguem e recomecem a velha ampulheta
Pois o tempo tem vezes em que tanto chora
Perdendo o importante no fundo da gaveta,
Por vezes ensopados ficam estes passos
Estranham-se os pés do próprio andar
É o meio tique-taque dos compassos
Que conta o Norte de quem partiu
Enquanto quem o continua a contar
Esquece das vezes que chorou - sorriu.