quinta-feira, 19 de março de 2015

No Centro da Cidade Pt. XII: Todos os Instantes

De dedos esticados para o imenso firmamento
Lembrando-se de outro tempo, de outro lugar,
Esse lembrar rapidamente se tornava tormento
Por ser devaneio longínquo difícil de alcançar,

Por isso ele caminhava sem olhar para trás
E sempre que podia apanhava pirilampos
Para sua candeia o iluminar nas horas más
Por isso a preenchia com tantos e tantos

Que subiam e desciam pela parede fora
Usando-os pela noite até chegar a manhã
Assim suportava o passar de hora a hora

Dormindo e sonhando com o que já passou
Bocas, lábios e o silêncio vindo do amanhã
Pois saibam que todo o ruído assim se calou!