E um dia o viandante acordou de seu torpor
A cidade havia se tornado um fardo enorme,
Pois tinha-lhe sugado vida, tons e amor
E deixado apenas uma estranha fome
Que não era possível alguma vez saciar
Pois não se alimentava também sua asa
Então foi assim que ele voltou a caminhar
Procurando outro lugar para chamar casa,
Além do horizonte encontrou uma aldeia
E seguiu para lá, ao chegar pensou então
Cadê a não vida, cadê a morte e sua teia?
Pois aqui até tinha quem lhe desse a mão
Eram simples as pessoas e à sua ideia
Só devia estar onde preenchesse o coração.