terça-feira, 30 de abril de 2013

Eu, Tal Orfeu Pt.III: Saltitava, Submerso no Viandante

Aquelas eram as noites dos três murmúrios distantes.
Esboçando sorrisos suspirava através da branda brisa
Que rodopiava em espirais por escadarias ondulantes,
De mãos e braços esticados à Lua estava Rosa - a poetisa.

Ema espreitava, porém raramente olhava para baixo,
Saltitava de nuvem em nuvem sempre amorosa e ligeira
Confundindo-a com Orfeu apenas algumas pegadas abaixo,
Esse viajando dentre avantesmas largando o trilho à poeira,

Por vezes tomava Rosa por Eurídice e invitava-se ao escape,
Essa fuga era para o Sonho de Ema ou para o sono de Rosa,
Que nem Ícaro esvoaçava desenfreado entre Vénus e Marte,

Arrebatado ele era o pouco demasiado, o poema em prosa
Em vagão destravado, o caldo entornado no que é à parte
Nesta propensão à grande ascensão e à queda buliçosa.