Aqueles eram os tempos do não olhar para trás
Deslizávamos distraídos atrás do candor da maré,
Nossos lábios entre o azul e o vermelho eram lilás
Tolhidos pelas suaves ondas contudo em tal banzé
Que Deus era através de nós e nós éramos através dele,
Seguindo o Sol fazendo escadarias para o horizonte
Poucos percebiam o precioso sorriso que era daquele
Instante cativo e que de resto era a nascença da fonte,
Vinham as planícies, os vales, as montanhas e os penhascos
O viandante apenas era quando a brisa se reflectia no rosto
Cujo melífluo sabor preservava num multicolorido frasco…
Para tragar pela viagem e para beber o outrora eclipsado,
A berma da estrada para a cabeça era aprazível encosto,
Para sorrir e chorar às pegadas, para sustentar o ansiado.