Através da vista onde ainda a trago, revisto a vida,
Seu reflexo é óbvio no sincero beijar do beija-flor
Que traz o coração à flor, dá-lhe cor e à despedida
Não pergunta se deu ou recebeu pois ambos são amor,
A brisa é a passageira por onde ele esvoaça alado,
Há mundos e mundos todavia apenas um beijar,
Ao vê-lo no ar dá para apontar o rasto deixado
Onde rodopia e parte pois ainda não aprendeu a ficar,
De instantes vem a espera, o esvoaçar e a nova partida,
Para esquecer as gotas do tempo que bebia outrora
Fazia por deslembrar aquelas três palavras na Vida,
Tentava e estrebuchava, tentava e cambaleava torto,
Ferido, compreendia tudo, percebia todos e à demora
Do tempo o mundo não passava e ele tombava morto.