“Viandante tanto e tanto tens viandado
Que já nem sabes o que é estar como eu,
Tanto riso e pranto aqui tens partilhado
Que do que tens dado ignoras o que é teu,
Indiscretos, serão imensos os pequenos nadas
Erigindo um castelo que rascunhe partes do céu,
Serás ainda a saudade nas ocasiões não passadas
E o tempo escondido na tribuna de quem é o réu
Entre e onde a terra se mistura com o firmamento
Sendo o horizonte que a todos toca e a nenhum chega,
A aparente linha que se divide a cada novo momento
Onde o tempo passa parado, aguardando por nós,
Sem tirar ou dar pois somente o partilhar sossega
O espaço maior que o imenso e que dele é a voz.”