segunda-feira, 8 de abril de 2013

Eu, Tal Orfeu Pt. II: Deslembrámos As Três Palavras

Três palavras que completem esta trova
Que concedam descanso a esta insana lida,
Que sejam a terna almofada, manta e alcova
Que soem ao retorno ao lar, à costa querida,

Aqui não tem sido a Vida ou a Morte a pulsar
Tem sido o meio-termo de vista semicerrada,
De punhos fechados que esqueceram o abraçar
Da eternidade imensa do sonho na vista almejada,

Que eternidade terá então o instante esvoejante?
Tudo parece ósculo de colibri à chuva e ao sol
Encurralados por garrafas donde bebe o viandante,

Azuis, tal como as três palavras que ainda aguarda
De dedos esticados e braços abertos à luz do farol
Pois da névoa para ele... elas são o seu tudo... o seu nada.