Hoje não, não haverá o vulgar alarido da mente,
Ela é aldeia e sossego situada em lugar incógnito,
Envolvida por água cristalina iria contra a corrente
Porém não hoje, hoje não há lugar para tal frémito,
Hoje são, são passarinhos a bailar e flores a crescer,
É hora de apanhar e soltar borboletas após o beijo,
Até quase caio na tonta ousadia de voltar a crer
Que o Universo é tão sublime tal e qual como o vejo,
Tudo é maravilha quando envolvido em mãos de criança,
Este olhar torna-se pólen voador, sorriso e bola de sabão
De lado para lado nessa tão esporádica e delicada dança,
Tão sincera como a lágrima que lhe delineia o semblante
Que embala o velho para o sonho nesta bonita canção
E que à chegada ambos acomoda dentro do viandante.