quarta-feira, 30 de setembro de 2020

O Pai Tempo E A Vida Que Passa Entre Os Seus Dedos

 Poeira sobre as roupas pelo ontem vestidas, 
Os pontos ligam-se nos vértices coincidindo,
E eu indo caminho as ruelas e vielas perdidas,
Sem que as portas pelas quais passo irem abrindo,

Percorrendo, imóvel, os momentos do passado, 
Onde, abstraído, era moço, homem e até velho,
Todos esses instantes fui sendo por um bocado
E eles se tornaram no que fui vendo ao espelho,

A menina das alianças me deixou e foi-me levando,
Pois em boa verdade, quase não reparei no relógio,
Foram tantas as mudanças que eu fui almejando

Que o tempo veio e se foi e agora se dá por acabado,
E, sorrindo percebo, ela é recurso precioso e privilégio
Para quem vai e vem na alma e coração no minuto apartado.






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