Passagens para a faísca de um momento passado,
Que, agora eternizado, mostra as rugas abraçadas
De um dia que não as havia, um tempo acossado
E perseguido pelo vento, as cicatrizes e diademas
Deixadas, as esquinas esquivas do outrora já ido,
Que adornam o agora em fartas estórias e poemas
Numa ampulheta que se escapa num espaço contido
Por ferrugem na pele e ossos lentamente em vapor,
E as amantes esquecidas na berma de uma estrada
Subentendidas, mal-entendidas, de olhar provocador
Que em espinhos inconstantes confortam a chegada
Trazendo um pouco do que já foi, a alegria de uma dor,
Que é a imagem de um retrato à luz de uma encruzilhada.
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