domingo, 27 de setembro de 2020

O Propagar De Asas De Um Passarinho Moribundo

Ondas na lagoa são marés atrás de marés revistas
O trecho inacabado de um voto numa colher restado
Por lembranças que se vertem por valetas com vistas
Na imprevisibilidade de um papel no lixo amarrotado,

Para o precipício exsudado por cada olhar, cada passo, 
Onde passo e repasso a canção de Ícaro ao esvoaçar
Próximo do Sol, próximo da perdição, sem compasso,
Sem traço no lápis, sem tinta no pincel por cada traçar

Caíamos dentro do eviterno quando o pássaro me morria
Nas mãos, demasiado fraco para voejar e no céu propagar, 
“Mãe, ajuda-me a viver!” – seus clamores quase em euforia

Na minha cabeça ainda habitam caindo dentro deste ouvido, 
“Oh meu amor, oh meus queridos”, esquecemos o que é amar
E longe de casa suspiramos tão próximos do seu coração ferido.

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