terça-feira, 29 de setembro de 2020

Eu e a Brisa

Faltam e sobram-me horas de um dia inacabado, 
Uma tarde primaveril bailada a dois num beijo, 
Onde o simples era regra e o trilho encruzilhado
Era mote para o ainda por vir, para o vero ansejo,

A graça de uma valsa dançada no conteúdo da alma, 
Entre a tempestade e a acalmia que a todos nos erguia, 
Uma cidade com vista para o oceano onde nem vivalma
Trilhava as ruelas, onde nem a Morte passava, ela fugia!

Deambulávamos numa dança própria de dois amantes, 
Eu e a brisa, assoprando pela almargem, entre a vontade
De ir mais longe, de ser mais Inteiro, ao Universo aspirante,

Este jardim esverdejante voluteando entre palavras inauditas, 
As frases incompletas, os parágrafos inconclusos, a metade
Que era minha e estas querenças para sempre na areia escritas.


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