Faltam e sobram-me horas de um dia inacabado,
Uma tarde primaveril bailada a dois num beijo,
Onde o simples era regra e o trilho encruzilhado
Era mote para o ainda por vir, para o vero ansejo,
A graça de uma valsa dançada no conteúdo da alma,
Entre a tempestade e a acalmia que a todos nos erguia,
Uma cidade com vista para o oceano onde nem vivalma
Trilhava as ruelas, onde nem a Morte passava, ela fugia!
Deambulávamos numa dança própria de dois amantes,
Eu e a brisa, assoprando pela almargem, entre a vontade
De ir mais longe, de ser mais Inteiro, ao Universo aspirante,
Este jardim esverdejante voluteando entre palavras inauditas,
As frases incompletas, os parágrafos inconclusos, a metade
Que era minha e estas querenças para sempre na areia escritas.
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