sábado, 19 de setembro de 2020

A Orfandade Desta Procura

Os meninos órfãos vivem três andares acima de deus,
De corpos aéreos, dançando no tecto de mil promessas,
Onde cada pai e mãe foi despedida sem um único adeus,
Enviando cartas postais sem entregas ou sequer remessas,

O tocar do telefone, rodopiando em punhos de anos e anos,
Onde os sonhos são perdidos pelo hediondo som da cidade,
Onde a inocência é estuprada por anseios e desejos levianos,
Vão eles crescendo antes do seu tempo ao acrescentar da idade,

Quem nunca foi uma dessas crianças das ruas e vielas perdidas?
Quando a verdade é que ostentamos círculos para nenhum lugar
Pois desviamo-nos do caminho para casa e as roupas vestidas

São simpatia de estranhos onde a inocência é difícil de encontrar,
Quando não há partida nem chegada, apenas lágrimas contidas,
Se esse sítio nunca dorme será que ninguém consegue sonhar?

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