"Venham finalmente esses palhaços, freiras e mendigos,
É preciso diversão" - gritam os bêbedos do seu alpendre,
Com toda esta moção esquece-se o poema e seus jazigos,
Frio, vazio e silente, as rugas afloradas no olhar depende
Da miragem que é o passado, da relatividade desse ver,
Pois na rua somos todos transeuntes, poucos o viandante,
E passa mais um instante sem palavras para o descrever,
E é o viver ou morrer, sem cinzento, o horizonte distante,
E as valas comuns de amantes, empoleiradas do mausoléu
Que desconhece as horas passageiras, o brilho da alvorada
Pois a noite sussurra o meu nome mas o dia também sou eu,
E há dias em que não há estrada, esta termina então inacabada,
Por isso abro e partilho o coração, sei que nada é mesmo meu
Pois os segundos que sorriem são aproveitados à face da abóbada.
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