quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Dois Afluentes Do Mesmo Rio

Campos de flores, fogo eléctrico no peito crepitando,
Agora ele está vivo, há espaço e lugar para ser e viver,
Só precisa de ar e luz, o resto basta ou vai bastando,
Ele só precisa de respirar até um dia por fim perecer,

Bolhas de sabão e porque não? Sempre aliviam a mazela,
Agora ele sonha, há lábios para por fim beijar,
Só precisa de água e terra, e um pouco dela
Para poder dar asas ao abraço que termina no mar,

Pois ele e ela são afluentes de um tempo dignificado
Por divindades, ninfas e náiades, por um bocado
Ambos se encontram na foz - a voz para a eternidade,

Acabam-se os incompletos, os tristes, morre a saudade,
Soubesses das vidas que vivi até aqui enfim chegar
Então não saberias outro verbo para além do verbo amar.

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