domingo, 25 de junho de 2017

Estações Vestem-me

Estações vestem-me o peito de dourado,
O poeta perde-se no álcool e na donzela,
Se ele das belas musas sempre foi o afilhado
Permiti-o pernoitar onde reluz uma estrela,

Vai o tempo e vem a dolência de uma espera,
Vai indo no improviso de um jazigo profundo,
Por vezes mal tem tempo para sentir a quimera,
Que de si é toda a sua vida, todo o seu mundo,

Tratava as estrelas como se estas fossem irmãs,
Dormitava no colo da Lua e esperava por Ema,
Assim lentamente se aproximam as manhãs,

Apregoando o júbilo de Deus, o eco de uma vida,
Num instante o passageiro se torna no poema
E então nenhuma passada é largada ou perdida.