O anoitecer leva os fios reluzentes da aurora,
A presença de um deserto sem água é a sede,
Eleva-me tal a criança que um dia fui, outrora,
É trampolim para a esperança no sonho sem rede,
Estes vultos são as ausências, as noites sem Lua,
A mármore e a pedra cal de formas esvaecidas,
Erguendo-se da terra expondo-a enfim tão nua,
É o suspiro das memórias um dia enfim perdidas,
Aqui onde o Elísio se alheia da passagem da hora,
Longe daquilo que é percepcionado como gente,
O menino sozinho coloca as mãos na cara e chora,
Pois o mundo não permite que ele seja inocente,
Quando apenas pretende ir por esse céu fora,
Procurando um vaso onde possa pôr sua semente.