Procurei com olhos errantes esse seu vulto,
Pelo silêncio das praias desertas e a sua areia,
Pensar nela ainda é de todos o maior insulto,
Espero hesitante pela vinda da maré cheia,
Esbracejo e não dissipo o espesso nevoeiro,
Trauteio uma canção há muita já esquecida,
Sinto falta de mim, sinto falta do ser inteiro,
Caminho sozinho por uma margem perdida,
Almejo uma maior memória ardente e viva,
Permitir viver e ser o fragmento de coração,
A quietude de uma alma que é ainda cativa
De um momento passado, de uma estação,
Estas preces, este outrora que a alma criva
São a esperança que vai de mão em mão.