Falávamos então de aventuras e de amor,
Abotoava a camisa, colocava o calçado,
Olhava pela janela com asas de condor
E o horizonte num instante era abraçado,
Um manhã voaremos antes dum anoitecer,
Rasgando a pele, entre as nuvens libertos,
Seguindo este trilho deixado pelo alvorecer,
Difundido por e entre suspiros tão incertos,
Ver é reparar no que além do óbvio se alcança,
Florescer ante o escutar atento e o desinteresse,
Onde fica o esquife e o sorriso de uma criança,
A escolha é subtil, perfume esperando tão silente,
Quanto menos esperamos o Universo acontece,
Sou todos num homem em si presente e ausente.