Amor, entre nós as noites estão perdidas,
Espero no presente que se torna passado,
O sol poente é irmão das noites despidas
E o poeta é o filho delas tal orfão abismado,
Vem a manhã, vem o dia e vem o anoitecer,
Buscando mãos entre o nevoeiro cerrado,
Confesso o percurso errante ao entardecer,
Serei só fragmentos desse trilho quebrado?
Na palma de um velho, toda uma solidão,
Esbatendo as rugas, assolando a restante
Parte que após ter sido refém do coração
Foi fugitiva, oh gente esta vida é passageira,
Porém dá para esperar ou procurar o errante,
Que é o único caminho escondido na algibeira.