sábado, 28 de janeiro de 2017

Ser - Vi

Ser - vi no canto do olho a vindoira manhã,
À sombra do homem que é de si  fugitivo,
Entre a noite e as beatas do cinzeiro amanhã
Serei refém do sol-posto em meio adjectivo,

O suficiente para me manter em tal clausura,
No instante passado que aparenta não passar,
Olho para trás e rememoro dias de ternura
Que estupidamente teimam em não ficar,

Errando entre tramas de realidades diferentes,
A distância algoz entre mim e este semblante,
Sou em mim porção e fracção de um presente

Que se negligencia por quem é só passado,
Quando do céu deveríamos ser o amante,
Um SOS, um socorro em silêncio fraseado.