terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Perseguindo Fagulhas

Perseguindo fagulhas feitas de nada,
O rosto da lua de costas para o poeta,
Hoje não haverá voo por esta noitada,
Pela algibeira ficará a cor da borboleta,

Deito-me e adormecendo nesse repouso,
O sonho sublime ofegante por serenidade,
Entre um trilho de plumas onde ainda ouso
Escapar à asa quebrada sob a sua beldade,

Ansiando por ela, seu fantasma, sua aparição,
Um enigma suportado por um Elísio em poeira,
Esparso nisto, uma jornada de um uno coração,

Ambos perdidos na enxurrada daquele beijo,
Esquecido enfim entre os espinhos da roseira,
Sim, morreria agora, só por um último desejo.