quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Mãos de Papel

Mãos de papel e sorriso de porcelana,
Olho para o firmamento em busca de Ema,
Divaga à sua ausência esta alma cigana,
Ardendo no fogo ateado por este poema,

Verto-me no abismo procurando salvação,
Sou vasilha para o sangue aqui derramado,
Por um último sonho, por um dar a mão,
Que não falte um beijo a quem há quebrado,

Aflorem as lembranças daquele sorriso,
Aquele suspiro de quem hoje é tão distante,
Rascunhos a carvão e giz a tom impreciso,

Que sirva o silêncio, tu, deserto emocional,
Mesmo que traga todos neste semblante
À saudade e sede de uma aurora boreal.