sábado, 14 de janeiro de 2017

Nunca Houve Um Momento

Nunca houve um momento enfadonho,
Escorro por mãos para o rio de plumas,
Passam as noites e demora a vir o sonho,
Sou náufrago em mim e coisa nenhuma,

E o vento uivou, o vento passou por aqui,
Deixando o instante, levando o passado,
Quedo-me no silêncio do pestanejar em si,
Preciso de céu e espaço para o ansiado,

Esta dor de peito, esta leve dormência,
Escrita no olhar de que tem de esquecer
Para se lembrar de si, não sua ausência

De quem há partido, de quem quer morrer,
Estas são palavras de amor e condolência
Para Deus, para o destino enfim acontecer.