Pedaços de nada em palmas rasgadas,
Seu fantasma a lembrança tão distante,
Vejo sua passeata por estas horas adiadas,
Trazendo-o no peso triste deste semblante,
Espelho tempos idos numa nostalgia,
Arrastando sorrisos perdidos ao vento,
A brisa que resta não confere magia
Que sustenha o feitiço do esquecimento,
Fotos antigas tornam-se o único encosto
Para um amor que ignora o que é amar
Que a cada passagem de dia paga imposto
Por jamais saber quando deve cessar,
Assim é o lamento do poeta indisposto
Que às brumas confia seu próprio soluçar.