As pedras no asfalto são parte do muro
Onde o triunfo é estigma no sonhador,
Assim a candeia se pavoneia no escuro
Em ignorância sobre o que é o amor,
Os sorrisos tornam-se beijos à calçada,
De cabeça aberta e de dentes partidos,
Por onde estaria a alma desencontrada
Quando até os instantes já eram idos?
O resto cãibras no ombro do quase morto,
Nelas a recusa para a moção, para a vida
Pois então não havia abrigo nem porto,
Tornando-me eu parte desta encruzilhada,
Quase vejo em mim o ponto de partida
Neste caminho cujo rumo é face a nada.