Na ausência de prado, flores, céu e estrelas
Vou bradando ululados de agonizante dor,
Separando a Aurora do Crepúsculo por ela,
Pintando nas nuvens lágrimas enquanto for
Sua balada a pulsação partilhada na minha,
Rebelde e insano deambularei pelo mundo
E destas cordas farei uma só e única linha
Na qual seu corpo baixarei ao silêncio profundo;
Que os céus se fechem esta penosa madrugada
E que do sol a luz se atreva a resplandecer jamais,
Sou negro, o silêncio! Minha meia voz está calada,
Tudo o resto é paisagem, é cinzento, é de mais!...
Chorar-vos-ei… sempre através de estrelas cadentes,
Eternamente por vós, para sempre… enamorado,
Outros saberão de nós, tornar-se-ão crentes
E recordarão por milénios a minha, a nossa história,
Num conto de outro qualquer poeta atormentado,
Que perdure e jamais seja apagada de sua memória.