Não há tempo, só espaço para um silêncio contido,
Ecoando lentamente um suspiro em poço profundo,
Murmúrios enfadados de um lugar então já perdido,
Pergunto aos Deuses qual fortuna para mim haverá,
Quem me dará a mão para alcançar uma nova manhã,
Tenho noção de que o tempo é um carrasco tão cruel,
Rascunhando fundas rugas no rosto tal folha de papel,
Ícaro e Orfeu sabem da procura e do anseio que é meu,
Pois vão passando sóis e subo escadarias rumo ao céu,
Amor és fantasma, espaço vazio entre estes frios braços,
A mudez do coração apunhalado em mil e um pedaços,
És ausência de sonho, a doce memória quase esquecida,
Todo o espaço entre nós, morte vinda, morte e não vida.
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