Um último beijo e que venha a estrada,
Seus lábios sepultura neste resto de mim,
Tanto já feito, tanta cor por aqui deixada,
Será mais do que pluma caída do querubim?
A lágrima largada ao desleixo da enxurrada,
À penúria do instante do demónio andante,
Eu, o poeta trovador tocando a trovoada,
Cativo do seu olhar ermo, frio e hesitante,
Em cada rio há um cinzeiro: eu na rua,
Minhas musas, minhas Oressas - sou recluso
Do breve passado, da minha mão na sua,
Saudade deste coração cego e alado a correr,
Saibam que outrora fui parte do sonho difuso
Pois à sua ausência por cá ainda prefiro morrer.