Este desconhecido é deste andar a incerteza,
A vigília do instante impregnada no presente,
Confere a esta passagem vestígios de beleza
Salvaguardada no coração do homem ausente,
Pedindo o possível desejando todo o oposto,
Assim me ergo onde os Deuses vão tombando,
Através e no firmamento encontrei o encosto
Para do puramente humano me ir libertando,
Guardo numa caixa toda a dor do enamorado,
O tempo passa e traz-me cicatrizes esquecidas,
Eu que os cantos e esquinas tenho aqui tragado,
Serei mais do que as breves estações perdidas?
Não, pouco mais sou do que um presente passado
E escoltado pelos dias ao rodopio das avenidas.