Por janelas de vidros azuis observamos a vida,
Somos plumas ao vento sendo o voo alcançado
Na queda da montanha até à margem querida,
Sob o indómito desejar de um céu mais azulado,
Procuramos razão para toda uma triste ansiedade,
Para saber que temos céu e chão para o passeio,
O silêncio acontece quando isso não é a verdade
E novamente caímos, reféns desse mesmo anseio,
Almejámos mais do que conseguimos enfim voar,
Passam instantes recordando-nos do findo tempo
Daqueles possíveis beijos que já não podemos dar
E que não há quem pare este tiquetaquear lento,
Há que o permitir, conseguir os passos enfim amar
E esperar que algures belo nos leve este lesto vento.