O trilho dos vagões abandonados jaz perante o olhar,
Um sepulcro para os curiosos, abismo para os sem rede,
Eu sou a Queda do firmamento, a tentativa de esvoaçar,
Mesmo que sem asas ou água que consiga saciar esta sede,
Ninguém virá ajudar, somente ecos de prantos conturbados,
Sozinhos e isolados, somos órfãos prendidos em arame farpado,
O meu reflexo é fidedigno nestes mil e um espelhos quebrados,
E perdi o fulgor nos lábios, a água no ver de quem eu tinha amado,
Trago algibeiras furadas, sonhos presos nos cateteres intravenosos,
Esta intensidade é profunda, mas não é ao Mundo de cá pertencente,
É um ontem sem amanhã, escape para a realidade, instantes saudosos,
Onde rezamos por um pouco de paz, o abraço que é a única envolvência,
Até quando vou e coloco o pé à estrada e no caminhar sou reticente,
Sou amador sem coisa amada, em mim essa é a única e vera essência.
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
quinta-feira, 18 de julho de 2024
Ecos de Desalento
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