terça-feira, 16 de março de 2021

A Infinda Vestimenta

Vou caminhando sozinho, em busca do perene itinerário,
Nunca tive os pés sobre a terra, desta terra quase falto,
Preferia ser um pássaro, vendo o mundo ao contrário,
Talvez fosse tudo mais belo visto do alto, lá do alto…

Outrora era astro indómito navegando o firmamento, 
A fagulha então luzente, a estória ainda por acontecer,
Aprendiz para o Inteiro, trazendo nos bolsos o sentimento
Que alumia o Céu e que não se permite em bolsos conter,

Doces brisas no topo das árvores, limpai-me o rosto,
Tenho esperado por séculos o regresso ao alvorecer
Guardá-lo-ei em garrafas para perdurar pelo sol-posto,

Apregoando amor perante o vendaval, perante a tormenta!
E o que restar guardarei nas algibeiras até poder oferecer,
Sim, as constelações terei um dia como infinda vestimenta.

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