sábado, 13 de março de 2021

Este Quase Talvez

Olhos mexendo sob lágrimas azuladas, 
Este sonhar por vezes não é sustentável, 
Crava-se na pele e nas marés atracadas,
O tempo retoca e passa, isso é indubitável, 

Imobilizado e vestido em baldes de cimento,
Agarrando nuvens tentando obter o horizonte,
Onde o passo logo é passada e incremento
Para o viandante, o ir para lá desta ponte,

Porém ainda se perguntavam para onde foi o verão
E a beleza das transparências de corda ao pescoço
Apoquenta a graça, remedeia o ponto do cidadão,

Perdido e encontrado assim por uma última vez,
Sendo tão difícil de engolir, sendo tão insosso, 
Esta pedra que trago na garganta, este quase talvez.

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