Algures entre este sol desponta o horizonte,
De olhos perdidos para o poema, para a Vida,
Translúcido, procurando sementes para a fonte
Que sacia a sede do sedento na ocasião envolvida,
Algures anoitece, a frialdade do ar queima o rosto,
O dano de um beijo e o ser colocado num cinzeiro,
Porém agitam-se os ramos e por instantes não há desgosto,
Para além de um manto de penumbra acossando o luzeiro,
É o esplendor que separa o trigo do joio, o insigne amor,
Descendo os corrimões que vão para Tártaro, à perdição!
Quase ouço os sopros, imponentes e repletos de clamor,
Antes que sucumba sobre mim a noite escura, a última cortina,
Percorrerei a terra, para sempre buscando o fragmento do coração,
Nesse preciso momento serei Deus a alumiar envolvido por neblina.
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