segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Vejo Deus ao Espelho

Recedo ao aposento de um rei destronado,
A noite vai densa na ausência de firmamento,
Parece que cá de baixo sou somente seu bocado
E que das estrelas cadentes alcanço só o fragmento,

Do quase eterno, imortalidade num breve pedaço,
No espelho o rosto de deus na mão beijada,
A subtil ligação entre uma cabeça e um regaço,
Tenho na alma ainda a intempérie cravada,

Sozinho caminho e sou caminho para o trilho,
Aonde nos perdemos vezes e vezes sem conta,
Em brincadeira agreste buscando o ruído, o sarilho,

Então toda a pluma se torna finalmente a asa,
Então até o maior cego a si se encontra,
E o mais triste e frio lugar se torna e arde em brasa!

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