domingo, 10 de dezembro de 2017

Deitado no Mar, À Noite Serei Constelação

Um dia, quando partires leva-me a mão como lembrança,
Ao ritmo da dança sem nome, nossos olhares entreabertos
Eram a estrada, os cavalos selvagens neste peito, a criança,
O único lugar parecido com lar pelos  instantes indiscretos, 

O nascente e poente, o epítome para as noites esquecidas,
Os beijos cálidos, imersos no tão belo segundo passageiro,
Entoo a enxurrada reflectida neste olhar sob folhas caídas,
Sou refração do homem perdido no tempo, sem timoneiro, 

As ruas tornam-se vielas escuras desprovidas de moção,
O tempo deixa-me para trás, sou ilha à mercê deste mar,
Fustigado e atormentado pelos caprichos de um coração,

As ondas esbatendo na proa em instantes impossíveis de amar,
Assim me projecto no espelho do céu, terei uma constelação,
Ou uma simples oração? Já não me basta o simples bastar.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.