quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Onde os Homens se Quedam, Deuses se Erguem

Olá, lembra-te de mim como uma altura do dia,
A negritude fulgura e lateja nesta dança lenta,
Sobre o céu a lua caindo sob os campos, a magia,
Que é somente nossa é nesta solidão tão sedenta,

As estrelas recolhem-se nas últimas aves passageiras,
Arcadas até onde os olhos alcançam, indeléveis beijos,
O vento senhor e mestre, arrancando raízes, as poeiras
São as mil vontades de ser árvore ondulante, os desejos

Do poeta extirpando asteriscos desta cúpula celestina,
Sou grito na voz de quem é silêncio desaguado na viela,
Por onde for que me acompanhe a cintilante lamparina,

Lua abjuro as tuas cópias, hoje estarei só entre mim e ela,
Evanescente sempre esvaecendo, subindo esta minha colina
Que se ergue onde sou queda, porém o único pintor desta tela.

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